quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Incapacidade Vivaz

Ela estava num motelzinho de estrada
Com um homem de meias furadas
Que ardia em cigarros e chamas
Trazia um carinho incapaz, um amor fugaz.

Sem esboçar prazer
Submetia-se a esforços insaciáveis
O estudo do corpo e da mente
de uma poeta que perdeu o encanto das letras
e rendeu-se às atrações do cotidiano fatal.

Estaria pecando a pobre trovadora solitária
Incorrespondida e fracassada,
Que não tinha em quem se contentar
em opinar por um simples verso a solar?

Adaptar-se-á, a pequena menina,
a rotina de virar.
Vira poeta, vira lugar
Vira mulher, vira-se pra amar.
Só não se livra da imagem que se transformou ao virar.

Um comentário:

  1. Que esta poeta, nunca perca a capacidade de versar seja a beleza de amar, seja a feiura do estar, do momento do isolamento em que se colocar (in)voluntaruamente.
    Grande poema, Carlinha!!! Está crescendo em você a essência do escrever o que sente sem se importar com o que se lê, com o que vão tentar entender... o entendimento será sempre pessoal e individual...
    Continue escrevendo sempre!
    (*.*) Tia Aninha

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