Sentadas numa varanda de frente para aquela baía maravilhosa, elas estavam em silêncio: duas amigas, com suas vidas, suas preocupações, seus questionamentos, suas convicções.
Foram apenas 15 minutos de um breve intervalo em suas vidas corridas, atarefadíssimas. Apenas uma pausa no furacão.
Elas poderiam discutir suas angústias, tagarelar, bater e levar, mas aquele era o momento de parar, de literalmente ver a vida passar, só com a certeza daquela companhia reconfortante aos poucos centímetros das mãos.
Como é bom ter amigas às quais nada é preciso ser dito.
A compreensão se dá apenas por um simples olhar, uma lágrima, um sorriso que seja.
Amigas que estão aí para o que der e vier, que entendem quando temos de nos afastar ou aproximar, que sabem dar colo sem perguntar por quê.
As verdadeiras amigas, aquelas que conhecem os detalhes mais profundos da sua personalidade, não precisam de detalhes, de fuxicos, de disse-me-disse.
Amiga de verdade não briga; faz pirraça, manda para aquele lugar e resolve tudo em 5 minutos! Ela só quer o seu bem e a sua felicidade - e você a dela, já que o amor é uma via de mão dupla.
Em sentido único é tudo, menos amor.
Para descobrir uma amiga de verdade , não é preciso ginástica, tramóias, cobranças ou engenharia. Quem tem muitas não tem nenhuma . E quem não tem nenhuma não sabe ser uma, essa é a realidade.
Ela não precisa de que você invente programações mirabolantes ou lhe conte histórias engraçadas.
Ela não a vê como uma boba da corte ; aliás acha de péssimo tom que você se preste a esse papel na frente dos outros.
Prefere-a do jeito que você é; sem personagens, sem as invenções do dia-a-dia.
Ela não vai achar seu marido insuportável; vai tentar fazer com que vocês se entendam.
E, se não se entenderem, vai esperá-la de braços abertos.
Essa é a melhor amiga...
Carla Leite - Depoimento. (13/01/2008)
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