terça-feira, 5 de novembro de 2013

Herói da rua

Percebo os belos cabelos ao vento
Cabelos de eva, cheios de ouro
sedosamente perfeitos
forma de deusas, singularmente único.

Se a bela chora num quarto de hotel
Bela, não te entristeças
Consolar-te-ei às custas de um ombro amigo
Venha, menina mulher, nos braços de um louco apaixonado descansar
Que no embalo do meu ninar resgatarás teus sonhos perdidos.

Noto seus belos olhos redondos
inundados de lágrimas inoportunas.
Delicado momento épico, no qual lágrimas de solidão desviavam
de sinais de tristeza que brotavam no rosto angelical.

Se a bela desiste em um canto da rua
Não te acanhes a viver.
Ainda lhe mostrarei o paraíso deste mundo, bela.
Não te aflijas com o desconhecido, pois lhe mostrarei
que as coisas mais lindas fogem do alcance dos nossos olhos.

Admoesto suas roupas esmirradas, deselegantes
lutando contra um corpo estonteante, escultural.
Corpo usado, desrespeitado, ignorado, sem valor.
Desconcerto-me ao perceber que me notas a admirá-la.
Desvio meu olhar e a bela sorri.

Não chores, bela.
Não desista desse mundo cruel,
pois ainda há beleza e sorriso para conhecer.
Nesta luta,
Serei o seu herói.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Até quando?

Será que as pessoas não percebem o quanto a nossa vida já é difícil?
A vida nos impõe tantas barreiras, tantos obstáculos, dificuldades, empecilhos, coisas que exigem tanto do seu potencial, da sua superação, da sua força de vontade, será que não é suficiente?
Porque as pessoas sempre precisam nos desestimular, ou melhor, não nos estimular?
Só servem para nos mostrar o lado ruim, o que realmente vai acontecer, mas não se permitem mostrar o lado bom, o lado da vitória, o lado da conquista.
E assim, você, só, vai remando contra uma maré de problemas, de nãos, de desavenças.
Remando sem remo contra preconceitos, contra amigos falsos, família, e, principalmente, o tempo – o mais cruel de todos.
Desacreditada, balançada, sem força, sem fé, sem nada.
De mãos abanando contra um mar de armas apontadas pra mim.
É isso ou aquilo? É agora ou nunca? Vence ou perde?
Nunca imaginei que estaria tão só em um mundo tão populoso.
Meu próprio eu está me deixando, me ferindo, me magoando por dentro.
Minhas próprias virtudes estão me deixando doente.
Minhas próprias regras estão me questionando.

Até quando deixar de ser quem é?

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ruiva lucidez

Fogo que arde em seus pelos
Mulher ruiva, despida de sentimentos
Arde, queima e brota
Mulher ruiva que desabrocha
Encanta a chama escondida dos homens na cama
Ruivo dorso sobre a pele alva
Cor de fogo, do sol, da folha
Ruivos são os cachos da dama
Que envolvido pelos seus contornos
Me envolto com suas cores
Arco-íris selvagem de cores quentes.
Um rugido ávido solta a minha chamariz
A fera ruiva que insiste em me naufragar em calor.
Quente temperatura do seu vermelho-alaranjado
Que destoa a minha vista para o seu entorno.
Mechas, nuances e brilho no sol.
A quente ruiva que não me deixa só.
Num mundo de outros tons tão iguais
Ela por si só, com todo o seu acobreado
Traduz a singularidade de mulher fugaz.
Ruivas dos deuses, dos reis, dos réus
Artigos de luxo, pinceladas a dedo
Enlameadas de sensualidade e pureza.
Perto da ruiva, não há tom, não há cor
Somente vermelho claro, vermelho escuro, vinho
Não, laranja e todas suas variações.

Nunca sei a cor da ruiva, só sei  que me alucina
Acelera, desatina,
me rouba a lucidez.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Aparências que enganam

O homem se desvencilhou de árvores, buracos e montanhas
Topou-se com um leão em seu caminho.
Não acreditava na imensidão de raiva diante dos seus olhos.
O pobre homem acovardou-se diante do leão.
Este tinha grande juba, grandes dentes, grandes olhos
Mas tinha um grande coração.
Pobre homem que nunca conheceu a pureza do leão.
Pôs-se fortaleza e o sacrificou.
Para seguir seu caminho são e salvo.

O homem se desvencilhou de chuvas, sol quente e fome.
Topou-se com um coelho em seu caminho.
Acreditou na imensidão da pureza do pequenino.
O pobre homem encantou-se com o sorrasteiro branquinho.
Este tinha pequenos olhos, pequenos dentes, pequenos pêlos
Mas tinha um pequeno coração.
O coelho lhe tomou tudo o que tinha, levou seu coração
Para seguir seu caminho são e salvo.

Não te enganes pela aparência.
Cativará um coelho ou um leão?


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Entre Deus e eu

Entre Deus e eu 
não há mistérios, nem segredos.
Não há igreja, religião, templos ou muros.
Entre Deus e eu
não há 
vales muito profundos ou montanhas inacessíveis.
Quando quero simplesmente vou até ele.
Simplesmente falo e ele, simplesmente, responde.
Sem espaços, pausas, começos ou fins.
Nosso assunto é uma eterna reticências.
Entre Deus e eu
há uma trança de enlaços sutis.
Ele senta na mesa, toma um gole de café e fala.
Deus toma café comigo.
A gente rí da desgraça, festeja alegrias e chora mágoas.
Entre Deus e eu 
não há pirraças.
Ele diz que não gosta. Deixa claro.
Se teimo, noto no instante.
Deus é sabido. Me toma algo importante.
Seja alguém ou um sorriso.
Entre Deus e eu 
há uma química intensa.
Ele me toca e eu o sinto, e apesar de não tocá-lo,
ele me sente como qualquer outra pessoa.
Em minhas orações, palavras de perdão, fé contida.
Envergonhada, até desacreditada.
Deus me dá um sacode.
Porque Deus e eu 
somos rima, samba, pagode.
Entre Deus e eu
há cumplicidade, aperto de mão. 
De vez em quando ele pede um abraço.
Deus, as vezes, é carente.
E ele fica todo pimpão.
Entre Deus e eu 
há essa harmonia, essa camaradagem.
As vezes ele quebra meus galhos,
Outras quebra minha cara.
Mas ele me explica, que não é por maldade.
Deus sabe o que faz bem.
Devo uma garrafa de vinho pra ele.
Ah é, Deus não sabe jogar.
Ele sempre ganha.
Mas eu não ligo, porque eu sempre ganho com ele.
Porque entre Deus e eu
há uma linha tênue de sentimentos.
Eu o amo por ser tão simples de amá-lo
E ele me ama por achá-lo simples amar.



sábado, 8 de junho de 2013

Instigante

Persigo seu olhar pra onde ele estiver, mesmo que muito longe.
Toque de mãos, dedos encostados.
Arrepio até a nuca.
Sinto sua respiração chegar tão próxima
E todo o mundo parece tão distante.
Nunca será meu, nunca será nosso
Esse futuro incerto é instigante.
Vejo seu corpo balançar e as luzes atravessarem os seus cabelos.
A dança que embala sensualmente os meus desejos incessantes.
Você nunca me dará um beijo de boa noite, mas não é isso que desejo.
Sinta meu calor, deixe-me lhe mostrar o que tenho para sentir.
O aconchego do meu abraço, o suor no rosto.
Nunca será dessa forma.
É deliciosamente interessante imaginar você comigo.
Curtindo uma única noite em nossas vidas.
Uma noite quente, misteriosa e, que ao percebermos, fundidos, confusos, misturados, juntos.
Deixe-me provar que posso te fazer feliz
Ao menos uma noite.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ride

Estou em um momento da minha vida em que o sol não nasce como antes
Um momento em que todas minhas tentativas resultam em erros,
momentos em que o meu sorriso não transborda alegria na sua forma mais pura.
Me amar todo dia tem sido tão difícil como contemplar a pureza de um diamante e saber o quanto, de fato, ele realmente vale.
Um momento onde as pessoas são vultos negros sobre mim, amaldiçoando meus sonhos com suas nuvens carregadas de tristezas e eu me afeto com tudo isso, pois não sou mais uma menina.
Mas uma mulher que tem que saber trilhar seu próprio rumo, independente se sua trilha seja árdua.
Onde calos nos pés e marcas de suor são adornos e toda tristeza se transformará em uma casca de proteção aos desvios.
Errando de ponto em ponto, pecando todos os dias, se acostumando com novos fatos.
Não posso olhar para trás, não posso ver através da cortina.
Não posso ficar para trás, não posso deixar meus passos voltar.
Somente isso.

Decidir por mim mesma todas as cores, características e aspectos do meu próprio eu.
Lapidar um caráter, reconstruir qualidades, destituir defeitos.
Por mim e só.
Eu não faço ideia de como isso deve ser feito, mas deverá ser feito.
A partir de agora sou eu só, eu comigo mesma, apenas.
E todos os dias que eu vir o quanto tudo pode estar diferente, e talvez, por mais que eu esteja perdendo a minha essência, no fundo haverá um poço de gratidão com meu interior por me trazer a tona uma vida que eu presumia que tinha, mas de fato nunca tive.
Cercado de lobos em peles de ovelhas, de pessoas que se aproximam pra respirar minha brisa, eu não desejo tão ardentemente que estas pessoas sejam tomadas por seus próprios furacões.
Eu desejo verdadeiramente que elas somente encontrem um amor abalador.
Um amor capaz de virar tudo de ponta cabeça, um amor que tudo seja leve e definitivamente vivaz.
Pois é justamente por nunca ter tido a chance de viver isso tudo que eu me ví na obrigação de mudar.
Talvez um dia as pessoas me notem.
Talvez um dia elas vejam ate mais o que meus olhos tão escuros conseguem enxergar.
Quem sabe elas vejam além de uma garotinha com medo do futuro, elas possam encontrar uma pessoa com um vontade veraz de fazer tudo diferente, em cada momento da sua vida.
Pois esse não é um sonho de hoje.
Esse é o sonho de toda a minha vida.
Viver experiências inéditas, momentos indescritíveis e que consigam estremecer todas as células do meu organismo. Seja com qualquer pessoa, seja só.