Auto-Biografia

Olá querido leitor,
que vem acompanhando o meu desenvolvimento no magnifico mundo das letras.
Senta e relaxa que vou contar pra vocês a origem do meu encanto por tudo isso.
Sempre fui uma criança extremamente criativa e desenvolvia as ideias mais inimagináveis. Como por exemplo, vender sucos feitos a base de tinta guache e água por cinquenta centavos.
Desde pequena sempre estive envolvida com a cultura graças à minha querida Tia Ana e minha mamãe.
De música clássica para durmir, exposições culturais no CCBB, até decorar, com seis anos de idade, música da Nana Caymmi, Caetano Veloso, etc.
Minha vida literária começou em torno dos sete, oito anos quando passei a escrever livros.
Era trabalhoso e de grande responsabilidade já que eu era a escritora, ilustradora, produtora, publicitária e comerciante. Meus livros pertenciam a um grupo seleto de leitores - bebês e crianças. Principalmente por conter no máximo dez páginas. Porém, minhas produções entraram em crise por falta de grandes investimentos.
Aos doze anos, quando entrei na puberdade, descobri que tudo sabia sobre amadurecimento, mudanças no corpo, conselhos de como não se tornar uma adolescente histérica e decidi escrever sobre isso. Seguiria uma linha tipo "Coisas que toda garota deve saber", "Mais coisas que toda garota deve saber" e até quem sabe "Tudo que toda garota deve saber". Meu livro era escrito minuciosamente e estudava muito para ter base, porém nunca entendi muito bem sobre o tal DIU e a Tabelinha era muito matemática para o meu gosto.
Larguei minha ideia quando resolvi que gostaria de saber tudo que uma garota deveria saber sozinha, vivendo.
Quando completei treze anos, resolvi escrever um romance que teria como cenário e espaço no acontecimento de onze de setembro, o atentado às Torres gêmeas em Nova Iorque.
A história se baseava em dois jovens que saiam de suas casas para estudar e quando retornavam, elas haviam sido destruidas por ataques terroristas, obrigando-os a viver em abrigos oferecidos pelo governo. A partir daí entrei em uma fase mais, digamos, "dark" da minha vida e pincelei um pouco de sangue, carnificina e horror. Surge o meu interesse pelo Terror na indústria cinematográfica e a admiração por coisas inexplicáveis pela ciência. Inclusive a morte da protagonista que ajudou a apurar, sem saber, o estilo romântico do meu livro.
Concluí então o maior livro da minha vida: aproximadamente trinta páginas. Era um recorde pessoal.
Mas este ficou esquecido em algum armário....
Depois de tantas frustrações e falta de interesse dos meus leitores, dediquei-me a dança.
Usei os contorcionismos dos movimentos para esquecer as mágoas de uma escritora frustrada.
Desde então, a única letra que venha me dedicando é o x. Incognita algébrica matemática.
(Tentando vestibular de Engenharia pela terceira vez frustrantemente incansavelmente)
Foi quando percebi que havia algo dentro de mim que deveria ser exposto, deveria sair.
E então, descobri na poesia, uma forma de não me preocupar com o numero de páginas, nem em cenários, tempo, espaço.
Meus textos tem uma caracteristica pessoal: são de lua.
São diversos personagens que apesar de divergirem, se unidos torna-se um só: o meu Eu.
Ora menina frágil apaixonada, ora quente mulher sedutora.
Ora frustrada escritora, ora perfeita idealizadora e sonhadora.
Todos os personagens que marcam a minha personalidade e traduzem os meus sentimentos.
Quem sabe um dia, eu largo esse bando de letras e me dedico ao Teatro...


Sinto-me como o vento;
às vezes agradável e suave como a brisa,
às vezes catastrófica e exagerada como um tufão.

                                                Carla Leite