segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Deitei-me no gramado do quintal da vovó.
O cheirinho de mato molhado e a coceirinha da relva pinicando minhas pernas eram prazeirosos.
Olhei cada canto da paisagem detalhadamente
para não esquecer cada pequenina grandeza que a natureza me propôs a admirar.
Impressionei-me com o céu.
Surgia em tons degradê de um azul virgem e puro.
As nuvens adquiriam formas e me desafiavam a descobri-las.
Elas me contavam suas histórias.
Elas eram boas contadoras. E eu uma excelente ouvinte.
Contavam como eram importantes para nós e que tinham como amigo o vento.
Que as levavam aonde quisessem por todo o mundo..
Me falaram da romântica Paris, da Índia, contaram os segredos do Egito e dos templos do Japão.
Fui imaginando, visualizando e conhecendo todo o mundo em menos de um segundo.
Era esplendoroso...
As sensações, os cheiros, os gostos típicos de cada lugar inundavam os meus sentidos.
Parecia que eu estava lá.
Interrompeu-me a viagem o cheiro do feijão da vovó que seduzia o meu estômago que não parava de reclamar.
Por um instante, virei-me e a ví pela janela cozinhando cantando e sorridente.
Será que as nuvens também a faziam viajar?
Ao retornar minha atenção às nuvens, elas haviam se dissipado, sem ao menos dizer Tchau.
Ainda restavam muitos lugares para explorar, não deviam ir embora...
Mas tudo bem, elas nunca esquecerão da minha viagem
(Muito menos eu).
Foto por: Carla Leite

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