quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ode ao amor


Compor-se-á uma ode. Cante, pequeno trovador, para princesa apaixonar.

Em que a alma n'outro canto venha receber o prazer de amar.

O sentimento que vibra com cada nota que o vento compôs para te dar.

As palavras percorrem dum riacho de ouro à certeza de um amor colossal.

Exalastes, óh bela, o perfume de Eva que saíste do homem criado para amar.

Enquanto o velho burgo inescrupuloso encara a amarga vida de jogatina, feras e feridas

o pequeno servo solitário, a quem retratas com asco, escreves a ti com louvor.

Percebas, amada, que essa vida só é farta a quem deve a alma.

E a cousa que lhes falta é amor.

Mas aqui jáz teu servil imortal que encantas no silêncio dos amores platônicos,

dos amores nunca vividos, dos amores da minha senhora que chora

na calada da noite pelo seu senhor.

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