Comecei a ler o livro "Meditações para mulheres que fazem demais" da autora Anne Wilson Schaef que a princípio aparenta ser um pseudo-auto-ajuda, mas tem se saído como um excelente analista.
O livro se baseia em palavras, textos, versos com temáticas diferentes para cada dia do ano. Portanto, seria um livro para ser "devorado" em exatos 365 dias e isso é a morte para mim. Mas tenho me segurado bastante...
Apesar de começar em Julho não pude conter a curiosidade de dar uma conferida no dia do meu aniversário.
A palavra é Arrumação da Casa e arrependimento (que ironia!).
Todo mundo sabe que eu sou péssima em trabalhos domésticos. Não tenho dom e nem vontade de aprender.
O texto menciona uma poeta renomada, escritora de contos, pintora, talentosa domadora e treinadora de cavalos, leitora voraz, reconhecida colecionadora de antiguidades, estudiosa das forças psíquicas e dos mistérios do mundo, boa mãe, amiga, fiel e devotada, autoridade em cultura nativa americana, intuitiva examinadora de pedras preciosas, fósseis e gemas antigas, defensora dos direitos humanos e, acima de tudo, uma mulher fascinante e extraordinária, mas que não conseguia manter o chão da cozinha limpo.
O estado da casa nunca afetou em sua vida diretamente, mas recriminava a si mesmo por ser assim.
Não precisa colocar culpa no mundo, nem na sociedade. Nós nos culpamos pelo que não somos capazes. (Carla Leite)
Nos exigimos ser bom filho, bom pai, bom trabalhador, bom cidadão, bom amigo, bom amante, bom companheiro, bom vizinho, bom dono de casa. Precisamos saber falar em público, ter cinco línguas fluentes, ter feito natação, ter escrito um livro, ter ganhado um processo, ter passado por uma boa faculdade, ter um bom trabalho, um bom salário, manter o cargo, saber pintar, cozinhar, dirigir, ter estilo, ser autônomo, levar a empresa, ser bom em matemática pra ajudar o filho, enfim, diversos fatores que vão provar que você é uma pessoa qualificada. Qualificada para quê e para quem?
Todo o momento estamos nos forçando a ser melhor do que o outro, a superar coisas que não sabemos, a "engulir" coisas que não gostamos para nos mostrarmos melhores, perfeitos. E saber que sempre existirá algo em que não temos competência e/ou dom nos decepcionará profundamente.
Em uma reportagem na revista Veja (Julho/2011) lí sobre a Tiger Mom, que seria a forma mais dura e repreensiva de educar seus filhos e uma das formas é não estimulando a auto-estima da criança.
A princípio todos foram contra esta nova vertente de educação e julgando ate como maus tratos, mas por um outro lado é interessante saber que a pessoa nunca estará presa a desculpa de auto-estima baixa, logo o risco de depressão será bem menor diante aos frustrantes casos da vida.
Somos controlados todo o tempo pelas nossas emoções, vontades, desejos, sonhos e estes afetam diretamente na nossa auto-estima. Nos sentiremos sempre capazes de fazer algo, mesmo sem saber, sem gostar e caso não consigamos, não saberemos se somos ou não melhores que ninguém.
Devemos agir dessa maneira: dando o melhor de nós mesmos, porém nos conformando com o que não somos bons. As coisas acontecem como uma compensação.
A vida é uma ordem e uma desordem cheia de complexos, arrependimentos, remorsos e sentimentos. Se for pra me lembrar de algo, que eu possa me lembrar do que realmente é importante nesta vida.
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