Nasci dia 11 de março, branca e de cesária.
Depois de uns três anos, meus pais se separaram e passei a viver com meus avós, minha mãe e minha tia.
Entrei na escola muito cedo e sempre fui a mais nova de todos da turma.
Os fatores de idade, cor da pele e pais separados sempre foram motivos de extremos casos de bullying.
Ainda assim, consegui vencer a idade imatura e cresci com uma jovem que desenvolve
muito bem suas atividades independente de idade, local ou até etnia dos presentes.
Cabe lembrar que tive problemas na alfabetização e nunca consegui escrever de forma correta.
Apesar da minha caligrafia ser imprescindível, a forma de manuseio do lápis sempre foi diferenciado.
Fato que ocasionava mais discriminação no ambiente escolar.
Os apelidos ofensivos inventados pelos meus companheiros de classe sempre foram
de muito mau tom e variavam entre: "Leite azedo", "vaca branca", "Leite coalhado",entre outros.
Isso por causa do meu nome registrado em cartório como Carla Leite Monteiro, que
combinava perfeitamente com a minha cor da pele, quase transparente.
Enfim, viví uma infância discriminatória, excludente e extremamente sem escrúpulos.
E nenhum dos meus amigos, entre eles, negros, filhos de policiais e pobres detinham
a sensibilidade de perceber o mau que me causavam.
Já que o governo faz questão de reservar vagas para casos especiais em universidades,
destinados a cidadãos que se sentiram oprimidos desde muito tempo e nunca conseguiram
se integrar numa sociedade preconceituosa, declamo o meu direito por uma vaga.
Já que a dezoito anos sofro preconceitos e não consigo me encaixar em uma sociedade
que não enxerga que todos somos especiais, únicos e completamente discriminados.
Muito bom! Tem certeza q teve prolemas na afabetização?
ResponderExcluirO problema das cotas é conceitual. É, pra mim, uma questão de opinião formada, sendo assim, quem terá razão é quem tem a última palavra.
Além disso, a política adora estas manobras "políticas".
Todo mundo sabe que as cotas não resolvem nada, mas ao indivíduo que estuda em Imbariê e nunca tve aula de biologia, talvez seja necessário corrigir o erro, ainda que de forma tardia.
Na minha opinião as cotas erram ao prejudicar alguns em detrimentos de outros, mas mesmo sabendo que meus pais nao tinham condições de pagar um universidade para mim, tive muito mais chances.
Isso dá uma tese...rsrs..
abraços
Felipe Jardim
hahahaha excelente Felipeee!! Esse texto é só uma forma de mostrar que todos somos especiais, todos passam por dificuldades dentro da sua realidade e que se for assim.. todos deveriam ter direito a cotas!
ResponderExcluirAs cotas, de um modo geral, são porque "eles" se sentiam injustiçados.
ResponderExcluirLegal, e agora quem não tem cota, não deveria se sentir injustiçado também?
Brasil gente, não se pode esperar muita coisa.